quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Entrevista ao Engenheiro João Raminhos e à Engenheira Márcia Reis

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No passado dia 3 de Fevereiro, o grupo de trabalho reuniu-se com os Engenheiros João Raminhos e Márcia Reis, nos SMAS de Peniche, tendo em vista o esclarecimento de dúvidas surgidas no âmbito da ETAR de Peniche.
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Nesta reunião foram esclarecidas questões como a importância da existência de uma ETAR em Peniche, o seu funcionamento e as vantagens e desvantagens da existência da mesma.
No final da entrevista, o Engenheiro João Raminhos disponibilizou-se para nos mostrar o funcionamento da ETAR através do computador que acede em tempo real à actividade da mesma. Para além disso, indicou-nos fontes de informação onde poderíamos obter melhores e mais específicos esclarecimentos, nomeadamente o site do SMAS de Peniche.

1- Qual a importância de uma ETAR em Peniche?

R- Tendo em consideração que o Concelho produz águas residuais, quer sejam urbanas, humanas ou industriais, é necessário que se faça um tratamento das mesmas, de modo a evitar problemas de carácter ambiental e de saúde pública.

2- Como funciona a ETAR de Peniche?

R- Em relação ao funcionamento da ETAR de Peniche, verifica-se que o sistema de tratamento diverge do de uma ETAR convencional, o que se relaciona com o facto de as águas residuais se caracterizarem de acordo com a sua carga, alternando assim o modo de funcionamento de ETAR para ETAR. A ETAR de Peniche foi criada para 46 500 habitantes, tendo entrado em funcionamento em 2003.

Na ETAR de Peniche as águas residuais urbanas, humanas e industriais , passam por um tratamento de cinco fases:
-Tamizagem;
- Desengorduramento/ Desarenamento;
- Tanques de Arejamento;
- Decantação;
-Biofiltração.
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Para além do tratamento das águas residuais, é também efectuado um tratamento dos odores e das gorduras daí resultantes.
Relativamente à ocorrência de maus cheiros e manchas no mar, o Engenheiro apontou como causa principal a inexistência de um pré-tratamento efectuado pelas indústrias conserveiras.
Por fim, o Engenheiro João Raminho acrescentou que é também necessário um investimento na educação ambiental da população do Concelho.

3- Será que a localização da ETAR de Peniche foi bem decidida? Haveriam outras localizações possíveis?
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Inicialmente, estudou-se a possibilidade de efectuar a descarga das águas residuais através de um emissário submarino, sem que estas passassem por qualquer processo de tratamento. Este localizar-se-ia ou na zona da Papôa, ou na Consolação, ou junto da Fortaleza de Peniche, a uma distância de 5/6km da costa. Contudo, o facto de a Papôa constituir uma beleza natural com fortes correntes marítimas, de a Consolação ser uma zona favorável à pesca e de a Fortaleza de Peniche se caracterizar pela ocorrência pontual de um mar agressivo, esta seria uma solução difícil de se concretizar economicamente.

Posteriormente, houve a necessidade de se efectuar um tratamento primário antes de as águas residuais serem enviadas para o emissário submarino. Surgiu assim, a necessidade de implantação de uma ETAR em Peniche. No que se refere à localização da mesma, foram propostas três zonas:

- Carreiro Fedorento (contudo, este espaço não apresentava condições adequadas à implantação desta instalação);
- Cabo Carvoeiro;
- Porto de Areia Sul (considerou-se impróprio inutilizar o Porto de Areia Sul desta forma, apesar de aí se encontrar mais perto do bombeador).

Neste sentido, a melhor proposta de localização foi a do Cabo Carvoeiro devido à existência de um “buraco” de uma antiga pedreira (considerado uma mancha ambiental), aproveitando para melhorar esteticamente o local. Para além disso, o Cabo Carvoeiro constitui uma zona da cidade afastada da habitação, os danos ambientais da localização de uma ETAR na mesma não teriam consequências ao nível das praias e é uma zona de fortes correntes marítimas, sendo por isso um local propício à localização de uma ETAR.

4- Será que a sua localização prejudicou o turismo na zona, sendo esta uma das actividades com mais potencial na região?

R- A actividade turística em Peniche não seria prejudicada pela existência de uma ETAR, se funcionasse de acordo com as normas definidas, nomeadamente se recebesse apenas águas residuais com a carga para a qual foi construída, evitando odores e manchas marítimas. No entanto, a forma como afecta o turismo não é muito significativa, dada a sua localização num sítio mais afastado da actividade turística.
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5- Quais são, para si, as vantagens e as desvantagens da existência de uma ETAR em Peniche?

R- No que se refere às vantagens, o Engenheiro João Raminhos referiu que a principal vantagem consiste no facto de a existência de uma estação de tratamento das águas residuais evitar a ocorrência de descargas directas para as águas marítimas.
As desvantagens referidas pelo mesmo consistem no facto de não existir um tratamento prévio das águas residuais industriais, dos restaurantes e das oficinas e na necessidade de educação ambiental da população concelhia.



1 comentário:

  1. Xiiiiiii que pivête! é que já nem dá para ir passear o cão ao cabo!!
    Até o cócó dele cheira melhor! Sem dúvida que podiam era por a ETAR lá po pé dos Ferralêjos, juntava-se a porcaria toda! Podem sempre fazer uma mini Etar só para a CMP e meter o presidente a boiar lá dentro xD
    Acho que esses senhores já falavam era com uma linguagem que os penixêros entendam... assim não se percebe nada!

    Bom trabalho! Continuação de bons posts!

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